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Ex-aluno de Yale é libertado após prisão polêmica pelo ICE em Hartford (CT)

O refugiado afegão Saifullah Khan foi libertado na noite do dia 07, após quase um mês sob custódia do Departamento de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE, sigla em inglês). A prisão, ocorrida no prédio federal de Hartford (Connecticut)

O refugiado afegão Saifullah Khan foi libertado na noite do dia 07, após quase um mês sob custódia do Departamento de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE, sigla em inglês). A prisão, ocorrida no prédio federal de Hartford (Connecticut), gerou indignação entre advogados e ativistas e levou a uma decisão inédita dos juízes da Corte Distrital dos EUA em Connecticut, que aram a limitar a autoridade de agentes de imigração em edifícios judiciais federais no estado.

Khan, que chegou aos Estados Unidos para estudar em Yale depois de crescer em um campo de refugiados no Paquistão, foi detido com uso de Taser por agentes à paisana, sem identificação, logo após deixar uma audiência imigratória. Segundo testemunhas, ele tentou retornar ao tribunal para buscar proteção do juiz quando foi imobilizado com sete disparos de Taser.

O juiz de imigração Theodore Doolittle, presente na ocasião, tentou intervir, mas foi impedido pelos agentes. Khan, que solicitou asilo político há nove anos e tem o caso pendente, foi transferido entre centros de detenção em Massachusetts e na Pensilvânia, mesmo após receber ordem judicial para ser liberado mediante pagamento de fiança de US$ 7.500.

“Eu estava no tribunal, obedecendo à lei”, afirmou Khan, emocionado, após sua soltura. “Mesmo que houvesse uma ordem final de deportação, sou grato pelo tempo que ei aqui. Quero ser cidadão americano. Quero poder me chamar de americano.”

A prisão veio logo após Khan entrar com uma ação judicial exigindo uma resposta formal do governo sobre seu processo de asilo, citando autoridades do alto escalão da istração Trump, incluindo a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem. Pouco depois da ação, Khan recebeu notificação de que estava em processo de deportação.

O caso levantou preocupações sérias sobre a segurança de imigrantes em audiências judiciais e a integridade dos processos legais. Em resposta, os juízes federais de Connecticut emitiram uma ordem que proíbe o ICE de efetuar prisões em áreas ocupadas pelo Poder Judiciário em prédios federais. A medida visa proteger testemunhas, advogados e partes envolvidas, e manter a ordem nos tribunais.

A nova regra, no entanto, não se aplica às áreas istrativas dos edifícios federais, como as ocupadas pelo Departamento de Segurança Interna, onde o ICE ainda pode operar.

Khan não possui antecedentes criminais. Ele foi inocentado em um julgamento por acusações de agressão sexual feitas por uma colega de Yale, mas foi expulso da universidade, o que levou a um processo civil por difamação ainda em andamento.

Especialistas jurídicos alertam que o aumento das prisões imigratórias em ambientes judiciais pode ter efeitos colaterais perigosos, como o desencorajamento de comparecimento de testemunhas ou o comprometimento de investigações criminais prolongadas.

O caso de Saifullah Khan reacende o debate sobre os limites da atuação do ICE em contextos judiciais e os impactos humanos de políticas imigratórias cada vez mais agressivas. Enquanto autoridades federais se recusaram a comentar a prisão, a Justiça de Connecticut tenta proteger a integridade do sistema — e os direitos de quem ainda busca justiça.

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